20.12.09

Uma prece a um certo João


Deus, eu quero rir um riso imenso, depois chorar todas as não-razões desse meu deslize. A felicidade parece um deslize em meio às dores insuportáveis que assolam as veredas do meu País.
Deus, descobri de novo que não sou nada... As minhas revoltas interiores não saem do meu coração. Eu queria lutar, mas as minhas armas são apenas um olhar inundado, um grito sufocado e alguns minutos.
Deus, eu queria ser mais forte, para erguer a minha vista e protestar. Mas eu fecho os olhos e rezo para que protestem os homens que têm voz.
Deus, eu olho em volta buscando vorazmente alguém fraco como eu, pequeno como eu e intensamente fora de si e cada vez mais dentro de outras mentes, tendo outras peles, outras vozes... Sendo as pétalas desfeitas de um enterro.

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