20.12.09

Vermelho


10.11.2008

Nem este vermelho pintando-lhe esta boca pálida. Nem este vermelho escondendo tudo o que quer dizer esta boca pedinte. Nada, nem este vermelho, outrora cor de paixão, poderá hoje tapar-lhe o sangue que lhe fugiu deste rosto vermelho como a cor que tenta fazer-se impor nesta boca imprecisa.
Nenhum vermelho de todos os tons poderá ser mais fiel ao que habita uns olhos vazios, uns olhos salgados como as águas que banham as areias e levam alguns grãos sem pedir licença. Uns olhos que roubam o vazio do vermelho que se impõe na boca que jamais se pronunciará sem este tom escuro sobre os lábios de uma menina.

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