5.3.10

Cartas ao tempo. (2ª)



Um lugar qualquer, 07 de agosto de 2008.

Não creiamos que a jornada perca o sentido toda vez que nos deparamos com a necessidade de ter que desistir um dia. Creiamos, sim, que a jornada da vida tem um sentido e que desistir faz parte desta construção que constitui nossas próprias vivências, porque essa decisão tão difícil tem por fim abrir novas portas, embora outras sejam fechadas. E quando se abrem novas portas, abrem-se com elas novos caminhos repletos de sentidos a serem descobertos por nós.
Tantas vezes temos que dizer adeus! Tantas vezes temos que fechar a porta esperando que alguém ponha os pés ao pé da porta e ninguém vem! E a porta se fecha e nós ainda olhamos para trás. Mas o tempo não pára e nem dá trégua. O tempo continua a correr e devemos deixar-nos levar pelas asas do tempo, sem prendermo-nos a um instante ou a um tempo que já passou, sem querer reter o tempo entre nossos dedos, porque esse ato de desespero nos aprisionaria em uma dimensão estática, na qual ficaríamos perdidos enquanto a vida continuaria lá fora, repleta de possibilidades, repleta do futuro tão deliciosamente desconhecido.

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