5.3.10

Cartas ao tempo. (3ª)


Um lugar qualquer, 13 de agosto de 2008.

Sabe...? Muitas pessoas me perguntam se sou feliz. Não tenho resposta para essa pergunta. Respondo-lhes: estou feliz ou não estou feliz. Creio que a felicidade e todos os demais sentimentos ou estados de espírito são, de fato, estados. Passam. Sou... Eu! Eu está feliz, ou está triste. Eu estou... E o estar se vai junto com uma notícia, junto com uma fase da lua, junto com uma espera... Muitas esperas... Mas o que sou não se vai. O que sou é eterno... A eternidade do meu ser no instante que é.
Sim, brindemos à vida e a todas as maravilhas a ela agregadas! Brindemos até mesmo às dores, que constituem a parte mais essencial da vida. E, sabe? As dores também têm sua beleza, mas na verdade ainda não sabemos aprecia-la. A dor é como um quadro pendurado na parede, que incomoda muito e que gera um sentimento de desprezo que nos faz passar por ele sem encará-lo e desvendá-lo... E este é nosso mal: o corredor onde ficou aquele quadro continua lá, escuro e abandonado, mas vivo nas esquinas da memória. Aquele caminho ignorado. Aquele caminho não assumido. A dor não assumida. “A vida é a dor de se ter. Amar a vida é assumir a sua dor.” (Carlos Lucena).

Esperando sempre...

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